Do Blog Edmar Lyra

O senador Fernando Bezerra Coelho nunca escondeu de ninguém o desejo de ser governador de Pernambuco, esperava ter sido em 2014, mas teve que aceitar a liderança de Eduardo Campos que optou por Paulo Câmara. Na vitória dos dois, a expectativa era que o senador tivesse a secretaria de Desenvolvimento Econômico, que não se confirmou, o que afastou o governador do senador.

No impeachment de Dilma Rousseff e na formatação do governo Temer, auxiliares do governador o convenceram a tentar melar a indicação de Fernando Filho para o ministério de Minas e Energia, que não se confirmou, mas que deixou sequelas ainda maiores na relação entre ambos. Na disputa pela prefeitura de Petrolina, o governador Paulo Câmara foi fustigado por palacianos a negar legenda a Miguel Coelho em Petrolina, tal como fez com Raquel Lyra em Caruaru, mas acabou prevalecendo o bom senso e Miguel foi candidato pelo PSB e acabou vitorioso. A garantia de legenda a Miguel diminuiu a guerra fria entre governador e senador, mas não dissipou a situação contrangedora entre ambos.

Recentemente houve um movimento do PSB de caça às bruxas contra quem votou com o presidente Michel Temer, que poderá levar o partido a perder um terço da sua bancada na Câmara Federal, dentre eles os deputados federais João Fernando Coutinho, Marinaldo Rosendo e Fernando Filho, atual ministro de Minas e Energia, que sairiam do partido junto com o senador Fernando Bezerra Coelho.

O destino de ambos poderia ser o PMDB do presidente Michel Temer, onde Fernando Bezerra Coelho se tornaria o candidato a governador numa unidade com os quatro ministros de Temer, bem como o senador Armando Monteiro, os deputados federais Augusto Coutinho, Eduardo da Fonte, Wolney Queiroz e Sebastião Oliveira, todos presidentes de partidos importantes. Também ganhou força a informação de que Raul Henry, atual vice-governador, entregaria a secretaria de Desenvolvimento Econômico e todos os cargos que possui no governo Paulo Câmara, para junto com Jarbas Vasconcelos, ficarem livres para costurar o apoio em torno de Fernando, uma vez que há uma clara discordância da postura do PSB em relação a Michel Temer.

Se confirmando estes movimentos, estaria implodida a Frente Popular e reeditada a União por Pernambuco, pois muitos políticos estavam sob o guarda-chuva do PSB por não vislumbrar um nome capaz de unir a classe política e desbancar a hegemonia do partido no estado. A candidatura de Fernando Bezerra Coelho pelo PMDB com o aval de Jarbas e Raul Henry é o grande fato novo para as eleições de 2018 em Pernambuco.