Mesmo com um leque de assuntos locais a serem debatidos na Câmara de Petrolina, na sessão desta quinta-feira (11), um pronunciamento sobre o depoimento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro gerou um duro embate entre os parlamentares. Após questionar as cores do Monumento Eu Amo Petrolina, inaugurado dia 10 na orla da cidade, afirmando que deveriam se limitar às mesmas presentes na bandeira do Município em cumprimento de uma Lei aprovada na casa, Cristina Costa (PT) comemorou a performance de Lula em sua primeira audiência da Lava Jato, em Curitiba. Ao ouvir o pronunciamento da colega, o tucano Ronaldo Silva (PSDB) não segurou as críticas e os dois protagonizaram o confronto na casa legislativa.
“Lula provou que as acusações feitas a ele não tem fundamento jurídico. Existem vazamentos propositais à imprensa brasileira para desconstruir uma história uma vida de luta. É preciso a gente reconhecer que haverá o momento em que a história mostrará que nunca antes na história do Brasil, alguém foi tão perseguido e massacrado como Lula está sendo nesses últimos anos. Se a elite não sabe consertar esse país, um metalúrgico, analfabeto, com quatro anos de primário…”, nesse momento a parlamentar foi interrompida por Silva que deu vazão a sua sinceridade peculiar. “…E ladrão vereadora, eu não aguento a senhora falando de um vagabundo, ladrão daquele”, bradou Ronaldo.
Diante da afirmação, Cristina Costa rebateu e insinuou que o tucano estaria prestes a inaugurar um posto de gasolina na cidade. “Eu estou com a palavra e quero dizer que o gato disso usa e disso cuida. Quem está abrindo posto agora aqui é vossa excelência. Vossa excelência está acostumado a isso e agora está com medo porque a partir do momento que acusa…”.
Silva então questionou a insinuação e não recuou nas críticas ao ex-presidente. “E eu sou acostumado a roubar é? Você quer me comparar a um vagabundo ladrão daquele. É um ladrão, um bandido que surrupiou o país”.
Cristina Costa manteve a defesa de Lula e encerrou seu pronunciamento com um recado. “Eu estava no uso da tribuna, essa casa tem uma mesa diretora e eu não vou aceitar autoritarismo, arrogância, despreparo de nenhum vereador. Tem que ter a capacidade de ouvir”.
E Ronaldo Silva voltou a insistir. “Eu vou falar na tribuna, vou falar desse ladrão que a senhora acabou de falar”.
Depois disso, o presidente da Casa, Osório Siqueira cortou os microfones, mas os embates continuaram. O vereador levantou-se da cadeira e seguiu em direção a colega, mas a turma do “deixa disso” não deixou que os dois se aproximassem. Questionado sobre sua atitude, Ronaldo Silva explicou que queria apenas conversar com Cristina Costa, garantindo não haver intenção de agredi-la. “Eu apenas busquei conversar com ela para que me respeitasse, porque eu não estava desrespeitando ela, estava falando de Lula que é chefe da quadrilha que surrupiou o país inteiro. Então ela achou ruim. Ela gosta muito é de fazer de vítima aqui, não é a primeira vez que ela faz isso. Ela provoca para depois se fazer de vítima”, declarou.
Segundo a assessoria de imprensa de Cristina Costa, a parlamentar está analisando a possibilidade de processar o tucano. ( Grande Rio FM),
