Missa do Vaqueiro de Serrita
(Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)

Do G1 Petrolina

A Missa do Vaqueiro de Serrita, no Sertão de Pernambuco, é uma das festas mais tradicionais de estado, mas este ano corre o risco de não ser realizada por falta do repasse de verba do governo estadual para a organização do evento. Ela é realizada no Parque do Vaqueiro João Câncio, a 32 km do município, há 46 anos.

De acordo com a presidente da Fundação Padre João Câncio, Helena Câncio, ainda tem pagamento do governo do estado pendente da festa do ano passado. “Para gente que realiza a Missa do Vaqueiro cria aquela indecisão. Ora, se não pagamos 2016 e se o governo até esta data não diz porque não paga, nem quando vai pagar, como a gente vai trabalhar 2017. Eu não quero acreditar que não haja a Missa do Vaqueiro e que se quebre uma tradicionalidade de 47 anos”, disse Helena Câncio.

O presidente da Associação Luiz Gonzaga dos Forrozeiros do Brasil, Donizete Batista, que é parceiro na organização da festa, afirmou que o valor do patrocínio da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), firmado com a organização da Missa, é de R$ 149 mil. O dinheiro seria usado para o pagamento de toda manutenção do Parque, contratação de pessoal e promoção da vaquejada.

“Se a gente não pagou uma dívida anterior como vai gerar uma segunda? Então fica difícil. A gente trabalha com pessoas, a gente trabalha com empresa. Despesa que já foi feita precisa resolver para poder fazer novamente”, disse Donizete Batista.

A 47ª Missa do Vaqueiro em Serrita está prevista para acontecer de 21 a 24 de julho. O encontro homenageia o vaqueiro mais famoso da região, Raimundo Jacó, assassinado em 1970. O evento é esperado todos os anos com muita ansiedade pelos vaqueiros. “Se eu tiver a notícia que não vai ter a missa do vaqueiro, não tenho plano mais para nada”, lamentou o vaqueiro, Júlio Saraiva.

Além de ser uma das festas mais tradicionais do estado, é o evento que mais movimenta a economia todos os anos na cidade. E caso não venha a acontecer pode gerar um grande prejuízo para muita gente, segundo os comerciantes. “Muita gente depende muito dessa Missa do Vaqueiro. Comerciante e ambulante de couro, lanche e bebida… vai fazer falta para o comércio”, afirmou o comerciante, Gileno Ciqueira.

De acordo com o secretário de Cultura de Serrita, Tiago Câncio, todos os anos a vaquejada recebe, em média, 70 mil pessoas nos três dias de evento. Os visitantes movimentam mais de R$ 1 milhão na economia da região. “Esta é uma perda muito grande, culturalmente e economicamente, porque é uma festa esperada por todos. Tem turista que já deixa a reserva de um ano para o outro nos hotéis. É uma festa que não tem a divulgação que merece e ainda é do jeito que é e cresce a cada ano”, disse.

A Empetur informou que já depositou uma parte do valor do copatrocínio do evento. Mas somente após a organização da Missa do Vaqueiro prestar contas da primeira parcela, é que a Empresa de Turismo de Pernambuco vai fazer o pagamento do valor restante.